Do Encontro ao Eterno

 

Para Anderson e Cleópatra

Acopiara 28 de Janeiro de 2025.

 

SONETO DA FIDELIDADE

De tudo, ao meu amor serei atento /Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto

Que mesmo em face do maior encanto /Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento /E em seu louvor hei de espalhar meu canto

E rir meu riso e derramar meu pranto /Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure /Quem sabe a morte, angústia de quem vive

Quem sabe a solidão, fim de quem ama /Eu possa me dizer do amor (que tive):

Que não seja imortal, posto que é chama /Mas que seja infinito enquanto dure.

 

Vinicius de Morais, Estoril, outubro, 1939

 

Escolhi esse texto poético para iniciar nossa celebração, pois acredito que essas palavras façam sentido agora perfeitamente...

Do Encontro ao Eterno

O que é imortal? Do que se trata o eterno? Quando traduzimos sentimentos, muito de pode definir e várias são as interpretações que a vida nos dá.  

Os encontros... os propósitos, os achados de sintonias, energias que se encaixam, formando laços de amor e vida, em lugares, pessoas, que poderiam ser meros estranhos, se tornam parte, metade, completos. As escolhas talvez? Destino... Quem sabe não é só a mão de Deus, tocando aquela velha máxima religiosa comum, SEJA FEITA A TUA VONTADE!

Mas e a nossa vontade? Somos filhos e não escravos e assim sendo o livre arbítrio do que nos une, deve ser usado com sabedoria nas oportunidades designadas por Deus, que nos permite assim a felicidade de sermos família.

Do encontro ao eterno, é o enredo da história de Anderson e Cleópatra, que hoje celebramos aqui, aos olhos de parentes e amigos.

Foi naquele simples dia 8 de maio de 2022, um sábado antecedendo o dia das mães, que Anderson e Cleópatra cruzaram caminhos pela primeira vez. Não foi um encontro agendado qualquer, daqueles que se dissolvem no tempo. Quis o universo caprichar na simplicidade da percepção.  Ele soube que aquele momento mudaria tudo! Bastou um olhar, uma troca de palavras, e ambos souberam: estavam destinados um ao outro.

Desde o início, não houve espaço para dúvidas. Eles decidiram, quase como em um pacto silencioso, que construiriam uma vida juntos. Não era apenas paixão, era uma conexão profunda, um sentimento raro que parecia ter atravessado vidas para encontrá-los ali.

O tempo ... uma eternidade de ansiedade, desencontros e frustrações, foram apagadas quase que imediatamente, quando os dois se tocaram. Um foi alivio de outro, dores transformadas em sorrisos e quase como uma avalanche de amor e desejo os preencheu. Rápido talvez... Mas quem pode medir a velocidade do que está destinado a ser. O tempo não nos cabe entender. Três meses depois, a certeza do amor se transformou em planos. Não apenas sonhos soltos, mas projetos concretos, decisões feitas a dois. Cada conversa, cada gesto era uma reafirmação de que estavam no caminho certo.

Aos olhos de quem estava acostumado a olhar de fora, parecia loucura, desespero. Talvez ansiedade. Mas porque haveria de dar errado, e o plano era fazer dar certo?

E, mesmo com os desafios que vieram – e não foram poucos... como a gravidez de risco e os sustos ao longo do caminho –, eles aprenderam aos poucos se priorizar. Dando espaço ao olhar interno, compartilhando de palavras e ações concretas de uma construção solida e nunca deixaram de se apoiar, de se amar com ainda mais força.

Cleópatra, grávida, tornou-se o centro do mundo de Anderson e toda a família dele é verdade. Aliás ela ganhou uma nova família... Eles a mimava de todas as formas possíveis, como se quisesse garantir que ela sentisse, a cada instante, o quanto era especial, amada. Nas conversas noturnas, quando ele segurava sua mão ou se inclinava para falar com a barriga, havia algo mais profundo acontecendo. Não era apenas sobre o bebê que estava a caminho, era sobre o amor deles que crescia, sólido, inabalável.

E quando os momentos difíceis surgiam, como a queda que Cleópatra sofreu, Anderson estava lá, forte como sempre, mostrando que nada poderia abalar o que haviam construído. A união deles, nesse período, transcendeu qualquer dificuldade. Cada pequeno obstáculo só os aproximava mais, como se o amor precisasse ser testado para mostrar sua verdadeira força.

Um ano e 12 dias depois daquele encontro inicial, Tobias chegou ao mundo. Um presente para o irmão Francisco, que sonhava e pedia por isso. Mas, para Anderson e Cleópatra, ele era mais que um filho: era o fruto do amor que os uniu, a prova viva de tudo o que haviam conquistado juntos.

Hoje, quando se olham, ainda há aquele brilho nos olhos que existia desde o primeiro dia. Não porque tudo foi fácil, mas porque souberam caminhar lado a lado, segurando-se nos momentos de tempestade e celebrando juntos cada raio de sol. Eles não são apenas parceiros, mas cúmplices, amigos, amantes – dois corações que encontraram no outro o seu lugar.

E assim seguem, Anderson e Cleópatra, como dois protagonistas de uma história que não se contenta em ser original. Porque o amor deles é assim: extraordinário, cheio de recomeços, certezas e porque não, duvidas... um romance que promete atravessar o tempo, pois provou ser forte o suficiente para ser sim eterno.

 

Izângela Costa Feitosa

 




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