Natal Estranho
NATAL ESTRANHO Me sinto estranha! Estranhamento tão normal, que quase não percebi tamanha estranheza. A rapidez dos dias talvez tenha me pego de surpresa. A velocidade do tempo que eu não consigo mais acompanhar. Há em mim um cronometro descompassado entre horas, tempo e lugar. A proximidade do advento, o cheiro natural de Natal que agora já não tem mais um cheiro tão especial. Talvez porque os anos foram transformando tantas as emoções que se alinhavam a essa época. A união, a alegria dos encontros, a troca de presente, a roupa nova, o amor em família, mas sobretudo o amor. Poder olhar com mais humanidade para as pessoas, poder exercitar um pouco dessa natureza de sentir e se deixar pelo menos uma vez por ano ser tocado pela simplicidade de servir. Servir com palavras, com gestos e principalmente com ações que pra alguns pode ser a coisa mais esperada durante todo o ano. Sou de uma geração que esperava o Natal pra vestir a única roupa nova do ano. Lembro bem