Historias de Amor Acontecem

 

Histórias de Amor Acontecem

 

Por muito tempo eu ouvi as seguintes frases:

“O amor vem para os distraídos!

O amor acontece quando menos esperamos!

Para cada um de nós há alguém igualmente especial.”

Confesso que depois de tanto tempo sozinha, não estava mais tão certa disso. Parece que os meus lixos emocionais haviam me convencido de que a solidão, mesmo questionável, pois acredito fielmente que nascemos para vivermos em pares, socialmente; ainda seria uma boa opção.

Em minha defesa quero deixar claro que, não que eu defenda essa solidão, mas agora talvez eu possa entender um pouco de todo aquele embasamento teórico que tenho tentado colocar em prática. A tal busca pelo amor-próprio.

Talvez a busca fosse mesmo interior. Talvez fosse essa construção pessoal, de saber quem eu sou, que me colocasse no caminho do amor, do amor verdadeiro, do meu amor primeiro, e do meu primeiro amor.

A surpresa que essa ideia trouxe, tem a ver com muito dos meus próprios questionamentos. Não vou renunciar a tudo isso por amor. Consigo enxergar exatamente o contrário, é essa ideia de amor-próprio que me fará amar de um jeito único e singular.

Pois é, o amor me pegou! Como diria Zygmund Bauman: “ O amor-próprio é construído, a partir do amor que nos é oferecido por outros”.

O mais estranho ou mágico, é que me sinto absolutamente feliz diante dessa constatação. É tudo isso mesmo... Quero muito, e vocês sabem disso.

Não, essa não é uma história de amor para sempre, ela é uma história de amor de “agoras”, onde o tempo é mestre em lapidar as coisas e onde as pequenas coisas se tornam gigantes, dadas as proporções de suas significâncias.

A ideia de não saber mais sentir, me investigava. Cercada de quase sentimentos reais, e vazios preenchidos por quem não faz a menor questão de ficar. Não estava preparada para sentimentos tão lindos, tão ricos, é tão profundo. E estou falando dos meus sentimentos, MEUS! Vocês podem até me questionar, quanto ao tempo, mas é ele mesmo, quem vai escrevendo aos poucos tudo que aqui preciso relatar.

Nos conhecemos ainda crianças, nossa história tiveram um início de divergências, pois éramos mesmo muito diferentes. E essa lembrança divergente sobre nós, foi o segundo pensamento que pairou sobre minha cabeça, enquanto procurava a sensatez que quase perdi, quando me deparei com essa fagulha novamente acesa.

É estranho e ao mesmo tempo muito encantador. Dois corações tão iguais e tão diferentes.

Reconheci seus olhos em mim, naquela noite de quase natal. Olhos tímidos. Daquela menina que fui há 30 anos, pouco sobrou. (Graças a Deus!!) Mas o que ainda guardo dessa menina, é suficientemente capaz de entender que ainda há mistério e surpresa onde o amor habita. E isso é bom demais!!

Não vou falar do passado, o lugar dele é lá onde está! Nossas vidas seguiram os rumos de nossas escolhas, e todas essas estradas trilhadas por nós, nos trouxeram onde estamos, machucados e curados, por nós mesmos. Tudo passa...

No momento em que audaciosamente o beijei, senti ali, um vínculo inexplicável. Parecia que aquele sabor sempre esteve em meu paladar, a minha espera. O gosto perfeito do nosso gosto. Naquele instante que durou uma vida, 30 anos; me senti de volta ao meu lugar. Como isso é possível? Não faço a menor ideia!

Estava convicta de que não seria mais capaz de me apaixonar. Estava certa! Porque não estou apaixonada. Há um mistério de sentimentos construídos a partir dessa desconstrução de quem fomos, que nos enlaça num nó de sentimentos muito maior do que a paixão. É suave, é tranquilo, leve, me traz paz.

Talvez seja amor mesmo?! Que seja!!

Eu pedi a Deus por essa oportunidade.

Quero me derramar em amor, porque sei que é isso que sou. Quero viver esse sentimento quente, presente, agora. Todo esse turbilhão, que me faz superar preceitos, preconceitos, tempo e distancias. Saudades...

Quero ser exageradamente brega, nos beijos, abraços, nas demonstrações de carinho, nos olhares que nos enlaçam, no tesão de nossos desejos, no toque que me toca sem ao menos me tocar. Quero queimar inteiro, sem hora para acabar.

Nessa história de "agoras", que nos liga em tempos, amadurecimento e escolhas, só começou. Se será para sempre... será o tempo que quisermos que seja. Não quero me limitar aos anseios de talvez. Quero vive-lo, bem vivo! Sem regras, medos. Nos permitindo a escrever mais uma vez nossas escolhas, dessa vez juntos.

Todo mundo merece ser amado. Bem-amado! Acredito e nunca duvidei disso!

É hoje! Já!! Me aceitando em amor comigo, com ele... e fazendo-o chegar, permanecer, me conquistar. Mudando o rumo das regras, das concepções modernas para entender que amor é, e sempre será, o mesmo.

Estou pronta para amar!

 

Izangela Feitosa