Me Empresto

 

Me Empresto

 

Minha alma costuma viajar por encantos e desejos

Suprimidos em corpo…

Soa a vida, esse encaixe!

 

Às vezes me perco em espaços

Tentando me preencher.

Às vezes só me deixo acontecer.

 

Às vezes sou apenas eu

Sendo quem posso ser

Muitas de mim ocupam o mesmo corpo

Que as vezes me empresto

Ao sabor de quem supostamente deseja

 

Não quero ficar!

Não necessito permanecer

 

Prefiro o momento do agora

Que nos une.

Antes do amanhecer

Num instante interminável de afeto

Que tem fim ao retorno da razão

 

Me empresto...

Aceita a mim, a ele... nessa troca

Ofereço o que desejo

Minha boca, todos os beijos.

Matéria, carne, energia...

Gemidos e suspiros

Muito mais do que prazer em exaustão.

Transcende, espalha, contamina em quase paixão.

Quase!!

Agora sou só um corpo relaxado

Contando o tempo…

De volta a inquietude de ser

Só um momento e nada mais.

 

Izângela Feitosa

 




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