NO AMOR E NA AMIZADE
NO AMOR E NA AMIZADE
Não é segredo que em toda
minha vida sempre tenha me relacionado mais com amizades masculinas, não sei
dizer se a praticidade, ou mesmo o fato de ser um tanto desligada das questões
sobre paquera, me fizeram ter com eles mais aproximações. Eu posso assegurar
que é totalmente possível existir amizades saudáveis e sustentáveis entre homens
e mulheres, mas não posso afirmar de jeito nenhum, que esse vínculo em algum
momento possa se tornar uma atração deliciosa entre os dois, o que é totalmente
normal, aja vista que amigos se conhecem e se respeitam de um jeito tão autêntico
e natural, que é exatamente esse ponto que os liga nessa perspectiva relacional
de não precisar fingir ser quem não é. A verdade estabelecida no desnude de
quem somos é sempre um atrativo substancial de boas relações sólidas e
atemporais, deixando se afirmar cada vez mais com o tempo, e isso é muito
especial.
Arrisco dizer que os melhores
relacionamentos nascem das boas amizades. Você imagina viver uma vida com alguém
que não pode considerá-lo amigo? Essa relação de amizade e amor precisa ser constantemente
renovada na convivência diária, em encantos, encontros e principalmente em diálogos
amistosos, para não se perder o feeling do afeto gratuito da amizade sincera.
Quando em meus questionamentos
sobre relacionamentos pergunto aos meus amigos o que mais importa para uma
relação fazer sentido, sou surpreendida com algumas respostas, que para nós mulheres,
muitas vezes não fazem tanto sentido, pois estamos sempre num processo de
revolução contra nós mesma, nos impedindo de sermos quem de verdade somos. O mundo
exige de nós uma constante descaracterização natural das amizades, tentando nos
convencer que mulheres não conseguem exercer essa mesma condição de fidelidade entre
elas, o que não é verdade.
É comum que eles relatem como
é importante a aparência da uma mulher, mas se atentam também para a mente. À primeira
vista a beleza encanta, mas não sustenta. Beleza sem substância é só casca, e estraga
rápido, porque existem outros fatores que tornam uma mulher atraente para além
do campo visual.
Sabe quando você não consegue
identificar em alguém o que realmente chama atenção? Aquele tal “tchan especial”?
Pois isso é o que chamamos de consciência corporal, conhecida também como amor-próprio,
autoestima, autoconhecimento. Pontos que necessitam passar por alguns canais
sintonizados em nós, e que muitas vezes não damos muita importância.
Não, não são a mesma coisa,
mas estão diretamente ligados, e um eu poderia dizer, que é codependente de
outro. Autoestima, sexualidade, aceitação, estão diretamente ligadas a esses canais.
Uma mulher que se gosta torna-se interessante primeiro para ela,
consequentemente torna-se também interessante para todos que porventura possam
conviver perto dela. Ela possui um brilho próprio, que não está ligado à
altura, ao peso, nem ao número de procedimentos estéticos que fez nos últimos
tempos. Ela está bem dentro da idade e com todas as suas imperfeições. Se olha
no espelho e gosta do que ver. Ela sabe enxergar beleza na sua maturidade. Não
é a roupa que escolhe ela, pelo contrário, ela escolhe até mais. Escolhe com
quem e quando se relacionar. Não se prende a padrões e sente livre para ser
exatamente quem ela é. No amor e nas amizades.
Homens, ou melhor... PESSOAS
se encantam por mulheres que não tem frescura, que não ficam o tempo todo
preocupadas em esconder o que o tempo soube esculpir tão bem; mulheres que
curtem tomar umas e perdem a compostura com a mesma classe que andam num salto
15 finíssimo.
Mulheres que não se escondem
sob a luz, que gostam de fazer amor no meio da tarde; que ao terminar não
correm para se vestir com vergonha do próprio corpo. Que aproveitam o seu
próprio estado de êxtase e gozam livremente a sua própria maneira. Que não
mentem para agradar. Que dão risadas de situações bobas. Que topam ir ao
futebol e comer um sanduíche enorme num Boteco bem surrado. Mulheres que
conversam sobre qualquer tipo de assunto, que usam do sarcasmo e da ironia para
fazer piada inteligente. Que sabem se posicionar no meio dos amigos e ainda
assim fazer amizades com todos eles. Que brincam e falam sério com a mesma
verdade que vivem a vida.
Pessoas admiram mulheres
resolutivas, diretas e que sabem dirigir não só um carro, mas a própria vida. Que
não inventam desculpas para serem felizes. Que sabem ser feliz com ou sem
dinheiro. Que não culpam o passado, mas que sabem extrair disso lições
valiosíssimas. Que enfrentam a vida de frente sem titubear, mas que choram de
emoção, sabem ter a palavra certa, no momento ideal. Que não criam joguinhos; que
não fogem das tretas, mas que sabem falar o que sentem sem diminuir os
sentimentos dos outros.
Mulheres que assumem suas
curvas, que sabem ser gostosas dentro e fora da cama; que possuem um sabor
autêntico e genuíno de quem aprendeu com a vida a ser muito mais ela; muito
mais firme e optar pelo seu melhor. Mulheres que sabem dizer não, com a mesma
delicadeza com que diz sim a sua felicidade. Que recuam para evitar se machucar,
e que não mais se machucam à toa, pois são suas prioridades.
Pessoas gostam de mulheres que
são meninas e mulheres ao mesmo tempo. Que andam descalços na areia, brincam na
praia, esquecem a idade; se são filhas ou mães. Que dançam na chuva, e sabem
acalmar suas tempestades. Que amam com a intensidade do fogo que queima dentro
do seu peito, cheio de vontade de amar e ser amada. Que distribui amor em
palavras e atitudes, aqueles que estão ao seu redor, sem precisar ter com esses
algo especial, pois elas sabem ser especiais o tempo todo, seja no amor ou na
amizade.
Izangela Feitosa
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