ELA É ESPECIAL
ELA É ESPECIAL
Li esses dias uma frase
que dizia o seguinte:
“Uma mulher casada, que
está carente de amor, atenção, respeito, carinho, tesão e sexo, é a mais
perigosa das criaturas, muito mais do que uma solteira”.
Tenho que admitir, essa
é uma verdade guardada em segredo por todo a vida, faz muito sentido, nesse
mundo machista.
Essa frustração até
pode ser escondida, mas a alma revela.
Tenho uma teoria de que
uma mulher feliz em seu casamento, pode ser percebida pelo rosto. Ela exala uma
confiança, sorri com os olhos, transborda de sua própria alegria, se sente
viva, e reluz!
Você pode até não
concordar comigo, e lhe dou todo direito de discordar, afinal, gosto de
diálogos democráticos; mas como boa observadora e sensível que sou, fora a
parte da minha vivência, que não é parâmetro de dados científicos, tenho minhas
razões para assim dizer.
Geralmente, quando
conheço um casal, ou mesmo os que já conheço há tempos, percebo no rosto da
mulher esse tipo de satisfação ou não, e não tem a ver apenas “com satisfação sexual”.
Estou falando de um modo geral de relacionar-se, dentro do que nós procuramos e
esperamos de um relacionamento.
Mulheres, frustradas
emocionalmente, revelam mesmo que inconscientemente essa insatisfação em seus
rostos. É aquele tipo de mulher sem brilho no olhar, apática de si, que sorri
sem graça, que você percebe que não está feliz. Ela corresponde a todos os
papeis a que foi destinada, mas se sente fria, abafada, reprimida, opaca. Evita
muitas vezes socializar-se, prefere se sentir invisível, ou mesmo assume uma
postura radicalmente profissional, para dedicar ali toda sua energia.
Ai você poderia
perguntar: -Mas porque só as mulheres? Os homens também não podem se
sentir assim, infelizes e insatisfeitos em seus casamentos?
-Sim, eles até podem!
Mas o mundo não exige deles o que exige de nós, não é verdade? Vou contar um
segredo... (lá vem ela com os tais segredos!)
Quando casada, (me
casei muito cedo), me apaixonei perdidamente por rapaz. Estava tão insatisfeita
com o meu relacionamento, mas nunca me passou pela cabeça deixá-lo, nem o
trair! Então, me via num conflito de sentimentos muito louco. Tinha medo até de
assumir para mim mesma que poderia estar sentindo algo que não fosse pelo meu
marido. Me sentia a pior das criaturas. Minha mente me cobrava o tempo todo
para evitar aquele tipo de sentimento, mesmo que em pensamento. E resisti, até
que ele passasse. E passou!!
Depois de um tempo, me
perguntei o porquê daquela necessidade, que agora poderia chamá-la de ilusão,
mas sei perfeitamente dizer o que acontecia comigo. Vivia num casamento
extremamente carente.
Tem solidão pior do que
aquela que é acompanhada? Não, não tem!
Me sentia assim. Com o
passar dos anos o casal parece que encontra na mesmice a fórmula perfeita de
fingir que está tudo bem; e nós mulheres por medo de perder o que supostamente
achamos ser nosso, nos calamos e deixamos como está. Como se o outro pudesse
ler nossos pensamentos, entender nossas necessidades. As mesmas coisas todos os
dias. Até o dia do sexo é programado. (Tem coisa mais sem graça do que marcar o
dia para transar? Como se fosse uma obrigação conjugal!?)
Muitas de nossas
frustrações são as mesmas masculinas. Sentimos desejos e vontades, tanto quanto
nossos companheiros, mas nos deixamos ser escolhidas sempre. Damos a eles o
direito de só eles escolherem, quando, como e por que, minando nossa
feminilidade e liberdade sexual. Deixamos de ser interessantes, porque não há
mais nada que se possa ser descoberto. Tudo já faz parte de uma receita
elaborada, até de respostas. A tal rotina.
Mas a nossa mente não
aguenta. O corpo anseia pelos mesmos estímulos dos amantes, o beijo na boca
quente, convidando ao prazer. Apelo no meio da tarde, sem nada para fazer. A
mão boba, em momentos inusitados, um sussurro com palavras chulas, a surpresa de
se reinventar.
Talvez essa ânsia que
não precisa ser romântica, mas visceral, expressada, conversada, debatida entre
os dois, seja a fórmula do amor ideal, ou não... É preciso ter com seu
parceiro, diálogo!
Não sou muito boa com
amores na prática! Mas acredito nessa fórmula de ser, quem somos em todos os
momentos.
Às vezes o que o outro
precisa é saber como nos sentimos, do que estamos precisando. Acredito que
valha a pena tentar! Se depois de todo esforço ainda não surtir efeitos, cabe
se repensar nas formas de serem felizes juntos.
Assim como a felicidade
dar seus sinais, a tristeza também sabe se manifestar, mesmo que sutilmente,
basta olhar.
O casamento nos faz
inevitavelmente carentes, quando nos acomodamos a esse papel social, isso é
fato! Serve para mulheres e homens também! As formas como resolvemos essas
carências é o que nos difere, mas com certeza no rosto da mulher, se pode ver,
o quanto ela é especial.
Izangela Feitosa
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