CASAMENTO E PROSTITUIÇÃO
CASAMENTO E
PROSTITUIÇÃO
Lá vou eu, colocar em
xeque mais um modelo estrutural patriarcal, a Monogamia.
Por que a monogamia é
tão cobrada nos moldes familiares apenas para as mulheres?
Acreditem em já apostei
nesse modelo, sem fazer qualquer apreciação crítica a respeito, e não me
arrependo de ter correspondido ao modelo até o ponto que me foi exigido.
-Como assim exigido?
É sabido que quando
assumimos um relacionamento, firmamos um contrato com o parceiro, e
indiscutivelmente as condições exigidas não são as mesmas para os dois
envolvidos. Nós, mulheres, fomos condicionadas a aceitar as condições para não
correr os riscos de exercer a nossa liberdade tal qual os homens sempre
viveram.
Fato é, que quando
questionamos a liberdade feminina, estamos rompendo também com o poder
masculino sobre os nossos corpos, e isso afronta.
Todas as vezes que
pensamos na não monogamia feminina, somos automaticamente comparadas a
prostituição. Como se as mulheres não pudessem exercer seus desejos e explorar
de um jeito natural tantas possibilidades. Como se amor e sexo, estivessem
mesmo correlacionados.
O mundo machista não
consegue desvincular a proposta do amor livre sem aprisionar nossos corpos, e o
casamento nada mais é do que um conceito organizacional desse poder. Já dizia
Friedrich Engels.
Não condeno quem é
fiel. Porque sou fiel, a mim, e ao que me proponho, dentro do que me faz bem. (Aliás,
não condeno ninguém a nada). Todo e qualquer escolha precisa levar como
pressuposto essa máxima da felicidade, sem, é claro, machucar ninguém. Mas
questiono sim a fidelidade. O que seria essa tal fidelidade aos moldes atuais?
Qual é o contrato estabelecido entre os que compram a prostituição, ou o
casamento?
Quando alguém contrata
a prostituição (feminina ou não), essa está pagando por um limite de poder sob
aquele corpo, que compensa financeiramente de acordo com o que é oferecido.
Qual a diferença do
casamento? Lhe digo... nenhuma!
Tá, podemos, dizer que
o ambiente “familiar” seja a tal diferença! Mas vamos pensar um pouco a
respeito.
No casamento a figura
masculina, nos moldes tradicionais, também compra o corpo. Detalhe...até que a
morte os separe!
Em troca de seu uso,
nos padrões por ele exigidos, também compensa com gratificações financeiras.
Casa, comida e roupa lavada!
A casa que ela vai
limpar, a comida que ela vai preparar e a roupa que ela vai lavar, e sem
direito nenhum a reconhecimento ou folga, atribuindo também as
responsabilidades maternas, se destituindo cada dia mais da sua feminilidade,
pois é humanamente impossível uma mulher cumprir com todas essas funções e
manter-se atenta a sua própria feminilidade positiva. E esse possivelmente
fosse o ponto que o faz (seu dono) procurar a prostituição. Talvez? Mas ainda
acho que não.
Conveniente ou não, a
monogamia se torna um fardo pesado para as mulheres, que são totalmente
condenadas ao exercício obrigatório dessa fidelidade, se tornando
“desinteressantes”; pois a grama do vizinho é sempre mais verdinha.
Alguma vez você parou
para perguntar a um grupo de mulheres sobre a satisfação delas nesse contexto?
Se o fizer, certamente vai se deparar com uma constante frustração, que nostalgicamente
vem com a saudade dos tempos da conquista, sentem falta inclusive de um elogio.
Os olhos da monogamia
não enxergam o que já está ganho. A liberdade exercida pela prostituta, quebra
exatamente esse olhar engessado do patriarcado, e é por isso que a profissão
mais antiga do mundo, nunca está em crise.
Uma prostituta que sabe
lidar com seu negócio, entende o poder de sua liberdade a seu favor, e faz
dessa descoberta uma arma potente de feminilidade, garantida, afrontosa e
extremamente desejável. Já o casamento que entende isso, pode ser muito mais
feliz.
Fazer dessa liberdade
monogâmica uma escolha, não um conceito estrutural, é uma proposta de
fidelidade, consigo. Há quem diga que devemos ser uns dos outros.
Monogamia é um
relacionamento que deve existir com a nossas escolhas, dentro da verdade que
exercemos, entre pares, ou trios...sei lá, da maneira que você quiser. Ser de
verdade, honesto e leal, é mais importante do que uma falsa perspectiva de
fidelidade comprada. Não tem nada de errado em sentir-se amada, desejada,
feliz. Todo mundo deseja isso muito mais do que a falsa fidelidade.
Izangela Feitosa
Quantas verdades, acabei de ler! Simplesmente show👏👏👏👏👏
ResponderExcluirDemais este texto de pura verdade.Temos que refletir esta condiçao ...
ResponderExcluirAcho que tudo acontece da maneira que você aceita. Como você quer viver é uma escolha sua.
ResponderExcluirMuito bom !!
ResponderExcluir