AQUELE TANTO PERDIDO
AQUELE TANTO PERDIDO
Outro dia li um artigo falando
sobre traição, dando conta de que divas como Beyonce, Gisele Bündchen, e outras
tantas mulheres lindas, ricas, bem-sucedidas, perfeitas, também amargaram as
dores de serem “substituídas” mesmo que por alguns minutos.
Faço considerações a respeito,
porque não é o fato de ser bonita, bem-sucedida, educada, referência feminina,
ou mesmo bem resolvida que impede uma traição, nem mesmo a condição de amor,
afeto; é algo muito mais intrigante.
As condições que envolvem esse
ato, muitas vezes estão relacionadas apenas a diversão, momento, que para a
maioria dos homens, e algumas mulheres, nos dias de hoje, não tem a menor
importância.
As coisas só possuem peso
enfim, quando há um envolvimento afetivo substancial, os nossos romantizados
sentimentos profundos.
Não quero ser mal
interpretada. Não apoio traição! Para mim ela possui outras interpretações, que
talvez agrade pouca gente. Mas eu também não escrevo para agradar, sendo assim
eu não escreveria.
O desejo se encontra num lugar
diferente do amor, ambos são sentimentos que juntos tornam uma relação melhor, mas
não necessariamente estão associados.
O amor é do espírito, ele não
clama por necessidade carnais, ele é alimentado por sentimentos também
espirituais que são unilaterais. Vou tentar exemplificar melhor.
Digamos que alguém se envolva
em sentimentos por outra, e descubra que essa possui uma doença, uma
dificuldade de saúde, que a impeça de viver essa história, e essa noção de
romance seja, portanto, não recomendada. O amor ali acaba? Não! Ele ao passar
do tempo não alimentado, pode até morrer, mas a princípio, ele não exige a
necessidade de corresponder.
Amar é uma escolha unilateral.
Como assim, uma escolha?
Não é que você escolha a quem
vai amar, mas como vai lidar com o que você sente. É aí que está a dificuldade
em separar as coisas. Somos estruturalmente educados a associar amor á posse.
Sentimentos e poder. Quando na verdade amar é a maior prova de liberdade que
devemos exercer. Ninguém tem obrigação de corresponder ao amor de ninguém.
Já o desejo necessita dessa
partilha, anseia pela conjunção, viaja nas vontades e se alimenta do que o
outro tem a oferecer. O desejo está na carne, carece de consumação. Desejo tem
tempo definido, acaba, passa, e reaparece se for devidamente estimulado.
A traição conflitua esses dois
sentimentos, que para nós mulheres foi imposto por andar junto, necessariamente,
exigindo de nós, a postura monogâmica que sustenta essa relação de poder. É por sermos posse que passamos a nossa existência
naturalizando os deslizes de nossos parceiros, através de mentiras, com medo da
solidão.
Então não é a traição que diz
do amor, mas ela diz do respeito, do não querer ofender, diz das escolhas. Diz da
verdade, do poder, de domínio e de submissão.
Cada um ver à sua maneira.
Acho difícil manter por muito
tempo um relacionamento baseado apenas em paixão, desejo. É da natureza humana
requerer um pouco mais. É o que nos distingue dos outros seres, esse vínculo.
Que nem sempre é apreciado da maneira correta.
Conheço pessoas que exercem o
amor puramente, e que deixam de lado a parte mais volátil e não se sentem
diminuídas diante de uma traição, pois sabem onde cultivam seus sentimentos. Mas
também conheço outros, que jamais admitiriam ser traídos, mesmo fazendo dessa prática
algo protocolar de seus relacionamentos.
Confesso que a traição me
feriu muito, mas me fez transformações importantes. Não sei se boa ou ruim, mas
estou tentando trabalhar essas possibilidades.
Não desejo a ninguém os
sentimentos que tive que passar, foi uma das piores dores que já suportei, mas
também me ensinou o quanto somos imaturos nas relações, acreditando que temos
mesmo o poder de administrar sentimentos alheios, sem sequer sabemos lidar com
os nossos.
Se no amor me sinto traído, um
pouco do amor, por mim foi perdido!
Izangela Feitosa
Só li verdades. Ser traida causa um sentimento péssimo. Jamais imaginamos até passar. Com o tempo as feridas cicatrizam. Mais o sentimento e a lembrança não passa nunca.
ResponderExcluirSem muitas palavras por que também não senti esse sentimento.
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