Percurso
PERCURSO
Liberto a tua causa
Já não te sinto em mim
O que antes me queimava
Agora arde num gelo sem
fim
Teus olhos já não me
desejam
Me expõe em tanto faz
Não encontrou em teus
segredos
Nada que te satisfaz
Misturo ânsia e tento
me encaixar
Adiada em tempo, não
posso te encontrar
Não suporto essa
fagulha
Que não cresce em chama
a acesa.
Sou mulher queimando em
fogo
Contrapondo a tua
frieza
Meu ímpeto de fêmea
deseja a tua grandeza
Enquanto é vista por
outros
Escolhe ser tua presa
Esse incômodo de não
ser desejo
Corrompe o que de
melhor se faz
Na solidão da minha
ausência
Um corpo que não te
atrai
Na mente que não
desmente
Esconde que não quer
mais
E brinca com o que não
sente
Finge que ainda quer
mais.
Oh homem, que exala teu
desejo de forma pronta,
Faz de mim objeto para
a tua afronta.
Teu pedido é atendido
Entendido como se fosse
desejo
Mas não passa de um
alívio
Mero lampejo
É carne apenas isso
A estranheza dessa dor
Me castra a
feminilidade
Como posso ser feliz
Sendo apenas vaidade!
PERCURSO
De longe não te desejo
Recuso o que não vejo
Escolho a minha sorte
Quem sabe a própria
morte
Desse rico ensejo
O tempo que nos ligou
Cuidou de afastar
Somos dois estranhos
conhecidos
Que não sabemos amar
Dessa história que não
tem começo ou fim
Te entrego a liberdade,
não te prendo em mim.
Saudade que fere à
vontade
Um tanto de fera em mim
Te respondo com o que
ensinaste
Aceitando o fim.
Izangela Feitosa
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