O Amor é Ouro, Não Cobre!
O AMOR É OURO, NÃO
COBRE!
Costumo pensar na minha
solitude como se ela fosse um prêmio que me dei ao longo dos anos. É estranho e
ao mesmo tempo complexo pensar em você de um jeito exclusivo, se oferendo
talvez as melhores propostas.
Não é egoísmo, é mesmo
um caso de amor-próprio, que com o passar do tempo vai se colocando no lugar e
vai calmamente revelando o que na verdade devíamos ter aprendido desde cedo.
É ... nos
negligenciamos dessa descoberta interior e passamos a vida inteira tentando
encontrar externamente preencher esse vazio, que na verdade chama-se
autoconhecimento.
Não vou dizer que seja
fácil, porque não é. Ainda mais, quando nascemos sob a ótica de correspondermos
a papeis e padrões sociais. Algumas perguntas que nos fazemos, só encontram
sentido quando finalmente entendemos que temos sim, todas as respostas. Ou pelo
menos boa parte delas!
Quando a audácia, ou
mesmo a necessidade, te faz adentrar em si, e nessa perspectiva interior, o teu
próprio silencio é o mais real dos conselheiros e ao encontro dessa
vulnerabilidade, você se descobre capaz de ser definitivamente livre.
Como é bom, poder fazer
pequenas coisas sem a necessidade da aprovação de ninguém, que não seja aquele
teu íntimo sentimento te direcionando. Aquela voz, que só você ouve e que
sempre esteve ali, tentando gritar cada vez mais alto, mas que agora mesmo em
silêncio, de faz compreender tudo. Ela de repente se tornou clara, objetiva. É
que você talvez a reconheça como maturidade ou intuição. Quando finalmente
compreendemos que precisamos também nos dizer não. Quando o nosso corpo é capaz
de corresponder ao mal-estar de uma não decisão. Quando o teu coração se sente
aliviado em poder dizer o que pensa, o que deseja e que ninguém tem obrigação
de concordar, mas que simplesmente o fato de estar bem já é o suficiente.
O amor é ouro, e é por
isso que sugiro que não o cobre.
Na medida do que
corresponde aos meus desejos nem sempre o que é certo, é o que me convém, mas
aprendi a viver a minha liberdade oferecendo ao outro o mesmo direito.
É fácil se acostumar
com ela, se teu coração está em paz consigo. Não caminhar sozinha, mas abraçada
ao que me faz bem. Dormir até tarde num domingo, sem a preocupação de ter que
acordar para cumprir papeis sociais. Espalhar-me na cama e não achar espaço
suficiente para dividi-la com os livros, ou mesmo com produtos de beleza. Um
dia de autocuidado, finalizado com um bom vinho.
Sair com as amigas para
os eventos aleatórios, que podem variar, de uma cantoria de violeiros, a um
encontro religioso. Ou mesmo uma festa de música eletrônica, regada a cachaça,
e muita risada. Porque não preciso caber em apenas uma caixinha.
O meu carnaval pode ser
de músicas sertanejas, com a alegria daqueles que faço questão de dizer que
amo. Porque AMO muito mesmo!! E para mim tem que ser assim... intenso,
presente, agora!
Gosto de me sentir
bonita, demorei muito para aceitar que todo o complexo de diferenças, é
exatamente o que me faz ser única, e é aí que está a graça!
Não anseio por um
príncipe encantado, acho até que tem muito sapo interessante. Porque não
precisa ser eterno, é o tempo de um instante, e está tudo bem, se não me
apegar. Não me cobro mais por isso!
Não me privo dos
sabores, parece até que agora há um gosto especial no que me permito. Como o
que desejo, sem exagero. Canto, danço, invento até esquetes teatrais, onde
contraceno comigo mesma, em diálogos interessantíssimos e as vezes bem
profundos.
Há talvez um pouco de
loucura na solitude, mas quem vai me questionar?
Não me sinto forte e acredito,
porém, que essa fortaleza aparente esteja na habilidade que assumo em ser
frágil. Às vezes bem chata, inquieta, chorona e muito sensível. Acolho os meus
defeitos com a naturalidade de quem deseja os ressignificar.
Meu coração vibra de
alegria pelos encontros e pelos saberes de vida. Não deseja tesouros em metais,
porque sei que o maior tesouro da vida é o que não se compra, e o que desejo
deixar aqui, é um pouco do amor que vivi e partilhei.
Izângela Feitosa
Não existe coisa mais deliciosa do que amar a sua própria companhia, eu chamo isso de liberdade para ser quem você é de verdade e se amar e viver. Adorei👏👏😘
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