Racionalidade
Racionalidade
Ser racional não me impede de sentir.
É um sentir consciente, sabendo o que se quer,
Pensando no presente, sem criar expectativas infundadas,
sofríveis.
A questão aqui não é essa.
O problema é que sendo racional, se perde a vontade exagerada
de viver até o fim.
É como SENTIR com o freio puxado. Me desfazendo em conta
gotas...
Observando sempre o próximo passo, com medo de pisar.
Aguardando a todo instante a hora de partir.
Essa tensão, atrapalha o tesão.
Posso até executar tudo perfeitamente, o que racionalmente
me dispus a fazer, mas não serei eu, completa, repleta, inteira.
Vou ser sempre quase! Pela metade...
Racionalidade é um pouco menos verdade, perde o tempero do
imprevisível.
É exercer com maestria a sua farsa, criando máscaras...
É menos paixão! Pode até ser amor.
Mas em algum momento se perdeu o calor, deixou de acender,
morreu um pouquinho sem perceber.
Porque racionalmente não se sente.
Ser amado não te obriga a ser correspondido.
Esse é o projeto do amor, não cobrar, não projetar
expectativas.
Mas quem consegue viver sem fazer planos? Sem sonhar?
Esse vínculo gerado racionalmente, já nasce rompido, impedido
de viver o que irracionalmente não podemos prever.
É um tanto complexo, achar que há domínio total e absoluto,
quando sentimentos não há.
Quem consegue de verdade se dominar.
Desconfio de quem ama na racionalidade.
Me parece estranho conduzir de forma racional relações,
amores, desejos, nossa programação não é tão simples assim.
Racionalmente se esfria, congela! E eu sou quente...até
demais!
O que correspondo na racionalidade do que exponho não
condiz com o que se faz. Eu sinto intensamente...
Sou oito ou oitenta, mas nunca um tanto faz!
Se não posso sentir com verdade, inteira, já não me
satisfaz.
Izângela Feitosa
Comentários
Postar um comentário
Comente aqui. Sua opinião é muito importante.