BILHETINHOS PARA DEUS

Bilhetinhos para Deus

 

Sabe quando você está sentindo que existe uma distância entre você e alguém muito querido? Que de alguma forma, necessita fazer algo para se reaproximar? Como se aquele amigo íntimo tivesse tomado um caminho diferente, e exista agora uma saudade doida pra acabar?

 Pois é, algumas vezes me senti assim.

Mas o fato é que essa falta precisava encontrar um jeito de ser religada; desligada da dureza e apaziguada em amor.

Alguns momentos nas nossas vidas somos colocados a prova, seja por razões, de conflitos pessoais, saúde, família, dinheiro, estamos sempre buscando um equilíbrio entre as áreas das nossas vidas que parecem nunca harmonizar. Nesses momentos a nossa dor parece ganhar proporções de natureza gigantesca e sem querer esquecemos de olhar as coisas com os olhos reais, da criação e do amor de Deus. Tudo tem um proposito.

Algumas vezes me senti assim, tomada pelo desespero, desejando ver o tempo passar rápido, ou talvez eu pudesse dormir até tudo passar.

Fugir da dor parece ser a primeira opção plausível para conseguir encontrar a solução, mas a vida não deseja de nós a covardia. A vida é uma oportunidade de desenvolvermos todos os nossos potenciais, principalmente evolutivos. Essa é a proposta que a fé vem nós apresentar.

Acontece que diante da dor, a nossa fé também se torna frágil, quebradiça, vulnerável. Mas existe sempre um jeito de um filho encontrar refugio nos braços do pai, era essa a solução que eu procurava.

Há dias que não conseguia uma conexão... Lágrimas me banhavam e soluços cheios de dúvidas me consumiam, até que por acaso eu ouvi na tv uma historinha bem peculiar.

Tratava-se de uma criança, uma menina de 8 anos que sonhava em ir a Disney. Há tempos aquele sonho a perseguia, e sempre que perguntava ao pai quando aquilo se realizaria, ouvia dele uma resposta simples: Peça a Deus, para que seja da sua vontade.

 Ela então questionou:

-Papai, como Deus saberá da minha vontade? Como sei que também será a dele?

O pai então lhes disse:

-Escreva uma carta pra ele e conte.

A menina imediatamente correu ao quarto e fez-lhe um bilhetinho dizendo assim:

“Obrigada papai, por poder hoje está aqui, realizando a viagem dos meus sonhos. Sou grata a ti por em tão pouco tempo me permitir tanta alegria”.

Ela então, datou, assinou o bilhetinho, e o guardou em uma caixinha em seu quarto.

Durante dois meses ela fez bilhetinhos semelhantes, sempre agradecendo pela oportunidade, e feliz com as conquistas.

Ao final do segundo mês, o pai ganhou uma promoção na empresa, que lhes dava de presente exatamente uma viagem para a Disney, e toda a família pode enfim realizar os sonhos daquela criança.

Certo dia o pai encontrou a caixinha repleta de bilhetinhos, e começou a lê-los.  Sentiu ali uma fé que nem ele conhecia, mas em seu coração a energia de Deus se consumava.

Estranhamente não havia um só bilhetinho pedindo a Deus por aquela graça, em todo o tempo a fé daquela criança já via realizado os desejos de seu coração. Havia ali uma conexão real entre ela e o PAI Celeste.

Quando ouvi essa história, algo me tocou profundamente. Um misto de vergonha e vontade me fizeram escrever imediatamente o meu primeiro bilhetinho; que no momento agradecia por um emprego, onde eu pudesse desenvolver todas as minhas habilidades que eu sei que tenho e que por alguma razão estava aguardando o aval de Deus.

Ao terminar de escreve-lo, datei e o guardei em um pote, onde todos os dias como um ritual eu escrevi outros e outros bilhetinhos, até que poucos dias depois para a minha surpresa, fui selecionada num emprego.

Tamanha alegria e gratidão em senti. Imediatamente escrevi um novo bilhetinho agradecendo mais uma vez por aquela oportunidade, que havia chegado no momento exato que eu mais precisava.

Não sei dizer de fato qual a relação entre os bilhetinhos e a realização da graça, mas sei que continuo a escreve-los.

No meu potinho há muitos bilhetes de amor e gratidão, por mim, pelos meus e até pelos desconhecidos, pois eu sei que eles têm hora certa pra se realizar.

Como aquela criança que confiou no pai, eu também confio. Talvez minha fé não tenha a mesma força, mas ainda assim é a minha fé.

Continuo grata pelo que não vejo, mas pelo que sei que ainda verei. Todas as coisas tem data, motivos e propósitos de serem realizadas. Nada acontece por caso. Só o amor não conhece o infinito. Só ele é capaz de transformar o caos em paz e nos ensinar que através de um bilhetinho de gratidão de uma criança tudo pode se realizar.

Experimente! Faça hoje mesmo os seus bilhetinhos. Exercite essa gratidão ao universo. Construa com Deus essa religação que deve ser a única religião a nos guiar.

Data de Agora: 03/06/2020

Obrigada meu Pai por poder contigo orar.

 

Izângela Feitosa