(Re)existindo


De repente me dei conta das horas e dias que o agora nos obriga a perceber de uma forma muito diferente do convencional. Os planos foram mudados, e se antes já não tínhamos certeza de nada, toda aquela falsa sensação de controle nos escapou totalmente por entre os dedos. O tempo, as razões, as convenções, pretensões, perderam totalmente o sentido. O futuro se tornou uma incógnita bem mais complexa.  Caminhos do desconhecido nos parecem tão naturais, a nossa existência nunca foi tão ameaçada. Toda a prepotência, excessos, soberba, status, vaidade, tomaram um lugar tão irrelevante que não cabe em discussão. Pela primeira vez nos tornamos mesmo todos iguais. Não foi preciso um juiz, ou leis, sequer fomos a julgamento do que supomos ser nossos crimes, mas já sabemos das nossas condenações. De certa forma a nossa consciência foi colocada a prova por um agente muito especifico, invisível e letal.

Olhando em volta, presa na minha fortaleza segura chamado lar, muitas são as reflexões que me visitam, entre elas, me dei conta do quanto possuo. Do quanto de vida existe em mim. Das oportunidades diárias que a presença de Deus nos autoriza. Tenho saúde, família, comida, uma cama quentinha pra dormir. O que sempre me foi essencial e que muitas vezes não nos damos conta de agradecer. De repente um armário repleto de roupas perdeu totalmente a função. Não temos pra onde ir! De que me adianta aquele perfume caro, tanta maquiagem, sapatos... equipamentos comprados sem nenhuma função. Desperdício!

Me dei conta de que o que sempre teve realmente valor foi deixado por último e agora nos cobra a sua relevância. Qual o lugar ocupa a minha fé? Aonde meu coração encontra o verdadeiro abrigo?

O mundo inteiro deveria está de joelhos agora, louvando a DEUS por sua misericórdia, pois nossa limitação não possui as respostas necessárias para todas as perguntas. Chegamos ao ponto onde a RELIGIÃO perdeu o lugar para a espiritualidade, pois é dentro de cada um que ela se manifesta. Não podemos nos RE Ligarmos, estamos separados como sempre estivemos, juntos em espaços físicos chamados igrejas, desconectados do amor, porem agora percebemos o quanto isso nos maltrata. A falta dessa presença, de acordos comuns, nos coloca em xeque a confiança que precisamos ter uns nos outros, e só consigo pensar nesses 3 mandamentos de DEUS.

1.    Amar a Deus sob todas as coisas;

2.    Não tomar seu santo nome em vão;

3.    Amar ao próximo como a ti mesmo.

            Diante desde novo êxodo, novamente nos encontramos perdidos, ouvindo a voz poderosa de Deus, nos prometendo um mundo novo, e murmurando pelo que passou, optando pela escravidão que nos promete a segurança do que já vivemos, mesmo que para isso a morte tenha que ser nossa estrada trilhada. É um deserto, é uma travessia, é uma saudade, é fé! É algo maior... bem maior.

             Ao final dessa travessia, só alguns chegará à terra prometida, (re)existindo, mas certamente teremos tempo de rever nossas ações, nossas atitudes, nossos pensamentos, nossas intenções.

             A mensagem é clara, não importa o que você defendeu até agora, DEUS conhece teu coração, esqueçamos os maus pensamentos, olhemos uns aos outros como CRISTO nos olhou, além do que não se pode ver. O que vai nos salvar é tão invisível quanto o que nos mata, mas também pode fazer uma revolução profunda, necessária e perfeita. Um mundo novo espera por nós!



Izângela Feitosa 







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