O livro da minha vida
Todos os dias me deparo com histórias
e situações que me envolvem de um jeito muito sutil. Às vezes fico horas
pensando, fazendo uma analise bem minuciosa das muitas possibilidades que
aquelas histórias vistas como cotidianas e rotineiras trazem na essência da
vida, porque o olhar do protagonista trás sempre uma ótica muito própria
daquilo que se conta. E como eu amo ser tocada por histórias que tocam pessoas
que se encontram, mensagens ditas num silencio intimo, onde os corações não
conseguem expor em palavras. Tantos são os sentimentos guardados em seu
interior. Somos seres em construção diária, e por essa mesma razão estamos
também tentando a todo custo esconder nossas emoções. Porque é dolorido; porque
foi sofrido, e o que passou e deixou marcas pode, por favor, se reservar ao
direito de ficar ali, num canto escondido de nós mesmos, como se nunca tivesse
existido.
Esse boicote de sentimentos
faz com que a frieza seja a capa de apresentação da nossa história, permitindo
ao leitor, de certa forma, um esforço maior para folhear-nos. Cada linha lida
em enigmas dos primeiros capítulos traz um sabor bem diferente. Sabor de
mistério, um pouco menos vivente, mas um traço muito raso do que pode ser
aquela obra grandiosa. Afinal cada um de nós é um livro escrito a próprio punho
todos os dias. Mas essa capa, com pequenos símbolos, imagens que fazemos de nós
mesmos talvez pra atrair, encantar, esconde a verdade, as nossas verdades. Num
cantinho do lado (orelha) tem um pouco mais de nós a instigar uma pequena apresentação,
contada em poucas frases, de modo geral traz um interesse pra ganhar atenção.
Quem me pegaria na prateleira
da livraria da vida? Quem se interessaria em me ler?
Será que a minha capa
realmente diz o que eu quero dizer! Como está o meu nome, como é autora dessas
histórias? Ou será que tem mais vidas alheias?
Essa é a protagonista que eu
gostaria de ser? Onde eu me perdi na história?
Esses são questionamentos que
me faço quando analiso as coisas que escrevo sobre mim. Cada capitulo a parte é
único singular, e por mais que queiramos revive-lo jamais estaremos novamente
lá. Na história da vida não se pode reviver. Não da mesma forma!
O desenho autoral da nossa
grande obra só encontra o desenrolar através de novas possibilidades, certas e
erradas, complexas e simples, mas cheias de vida.
O livro da minha vida está em
curso, embora alguns personagens tenham se desfeito nesse percurso, ainda sigo
a escrever. Algumas histórias atreladas as nossas começam e terminam em tempos,
de modos diferentes, e precisa ser assim. Mas até que eu escreva o meu capitulo
final, ainda terei muito a aprender, dividir, partilhar, amar, viver.
Izangela Feitosa
Maravilhoso,amo ler seus livros me da uma sessão de poder sobre à minha vida que não Tenho,transmite uma energia maravilhosa,nos passa que podemos ,que somos capazes,vc nós transmite isso .
ResponderExcluirFico feliz em poder de alguma forma ser algo positivo na vida de alguém. Obrigada!
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