ENCERRANDO CICLOS


Mais uma vez estou aqui, encerrando ciclos. O tempo despede-se de mim com uma carga primorosa de aprendizado. Quando olho pra trás tenho a nítida sensação dos ganhos. Entre os altos e baixos que vivo, ainda consigo perceber as mudanças. Definitivamente o tempo não nos muda só por fora, as mudanças internas são mais profundas (pelo menos pra mim). E muito embora eu não tenha conseguido, ou melhor, lutado para atingir algumas de minhas metas, tenho muito a agradecer.

Descobri-me tão capaz! Comecei uma viagem interna por fantasmas que passei a cultivar aos longos dos anos. Superei-me em tantas coisas. Coloquei de lado a segurança disfarçada na preguiça de querer buscar novos horizontes e me permiti ser explorada, por mim.

 Fiz um acordo, de prestar mais atenção nas coisas que de verdade são importantes. Vivi momentos de pura solidão, abraçada a aquilo que eu mais temi a vida toda. Chorei... Lavei muitas vezes a minha alma com o sabor desse sal próprio, que brota dos meus olhos cansados de sonhar. Chorei na realidade de me ver impotente diante de situações que inevitavelmente eu tive de enfrentar.

Mas não reclamei! Agradeço! Cada minuto dessa minha jornada entregue aos meus medos, me fazem pensar e repensar muitas das minhas atitudes, e me reconheço como uma pessoa péssima, que precisa cada dia mais de ser trabalhada.

Acordar pra vida, viver bem acordada, é um processo dolorido sabia? Nem todo mundo tem a coragem de vivenciar. Mas o fato é que quando a lucidez te acorda, só há um jeito de seguir, erguendo a cabeça e não olhando pra trás. Nessa dança da vida, há alguns passos que são conduzidos pelas mãos de Deus, e que nem o teu livre arbítrio pode mudar. Eu tive que dançar!

Ainda não posso dizer que deixei de ser uma pessoa ruim, e acho que estou longe de deixar de ser, mas a caminhada me ensina a pisar melhor e mais firmes em muitas das pedras onde já cai tantas vezes. Digamos que eu aprendi a levantar com mais jeito, já não me machuco tanto. Talvez por que também, não leva mais tão a sério o que os problemas trazem.

Ei... tá difícil? Pois vamos encontrar a solução. E não ficar remoendo.

Eu sei que falo muito, e muitas vezes até me atrapalho nas falas, esse meu jeito incorrigível de ser quem sou, me faz algumas vezes pecar sempre em excessos. Excessos de tudo. Mas também aprendi com meu silencio. Estou aprendendo a calar.

 Os dias em que estive sozinha, em minha própria companhia descobrir alguns gostos, que já nem lembrava. Escrever me faz bem. Construí uma relação boa nas palavras, até com pessoas distantes, me fazem perceber que quando há sintonia, mesmo a distância nos aproxima. E que algumas pessoas fazem mesmo parte da tua vida e não podem ser apagadas dessa existência.

Resumindo minha história pode ser livro complexo, com muitas páginas ligeiras e mal rabiscadas, com verdades bem esplanadas e com sabor de preparação. Porque algo me diz que Deus reserva um  lindo presente pra mim, nesse novo ciclo que há por vir.



             Izângela Feitosa



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