E SE FOSSE SEU FILHO?
E se fosse seu filho?
Nada de novo, tudo normal... Foi apenas mais um que apanhou na rua... porque mereceu... merecia... vai sempre merecer...
Demorei um pouco pra
escrever algo a respeito, por que precisei digerir isso muito calmamente. Homofobia
não é lá um assunto muito digestivo! Coisas como essas me parecem tão surreal,
que é impossível se omitir.
Mesmo sem conhecer de perto as
vítimas, e nem precisamos conhecer,dá pra entender que estamos diante de crimes
de proporções desumanas demais. Assistimos a casos de homofobia diariamente na
TV, e temos a sensação de que se trata de algo tão distante. Mas não é!
Estamos imersos numa sociedade
tão adoecida de ódio, desrespeito, poder, e ganância, que não notamos a
proporção do que está em jogo. Vida... vidas!
O Brasil é hoje o país que
mais mata mulheres e LGBTs no mundo. Isso é uma estatística real e bem cruel. A
expectativa de vida de alguém gay é de no máximo 35 anos. Vocês têm noção do
que é viver tão pouco? Condenado por simplesmente ser quem você é!
Desde que me propus a conhecer
e me apropriar da vida de pessoas que se entenderam como verdadeiramente são, invisíveis nessa sociedade, tenho
descoberto um caminho de muitas adversidades que implicam numa única questão, SER!
Arrisco dizer que os agressores estão muito mais confusos com suas sexualidades
do que os agredidos.
Por que impor tanto se alguém
faz da sua vida o que quer? Algo que não diz respeito a outros.
Ninguém escolhe ser o que já
nasceu sendo.
É tão difícil entender isso??
Faço parte de um grupo que
acolhe e debate questões dessa natureza. Aprendendo e ensinando uma coisa muito
simples...RESPEITO! Dentro do grupo Acolher, há um espaço de falas ricas em
vivências. Não são falas isoladas, é comum dentro do grupo ouvirmos relatos de
agressões que ferem tanto o físico como a alma. E como ferem a ALMA! principalmente vindo das pessoas que deveriam ser retrato de amor.
Imagine ter que viver com isso
diariamente e em todos os espaços sociais? Imagine se colocar no lugar do
outro. Imagine não poder expressar a sua própria identidade.
Não é de hoje que temos uma
justiça omissa para certos crimes. Crianças, mulheres, gays, estão sempre com
um gatinho de ódio aguardando por eles, nas esquinas da vida, seja aqui ou em
qualquer outro lugar.
Não podemos mais aceitar! Basta
dessa situação! De achar que é só mais um, e ficar por isso mesmo! Não!!
Eu não aceito! Não é
concebível!
Não é esse o mundo que desejo
para os meus filhos, netos... gerações futuras!
Estamos diante do agora, e
precisamos pensar agora.
E se fosse seu filho?
Izangela Feitosa
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