Calar
As vezes pensamos em algo, dizemos
outras coisas, em outras vezes, pensamos, dizemos e fazemos coisas que nem
sempre condiz com o que quer ser dito ou percebido.
A forma com que as coisas são
interpretadas, carregadas de sentimentos, temperados ao próprio gosto de quem
diz, não revela a quem escuta a mesma dose de sentir. Não sabemos como essas
palavras serão digeridas e chegarão a uns e outros. Há certas confusões no que
eu quero dizer, e em como sou entendida.
Bem, dialogar já não é fácil, mesmo
com os que já lhe conhecem, e defendem o mesmo ponto de vista, quanto mais
quando de alguma maneira o diálogo não tem o mesmo rumo, a mesma opinião.
Diante desse ou daquele
discurso entendo que se deve ter todo cuidado em expressar ou entender.
Principalmente quando se é ator direto do contexto em que se fala. Existem
meios de celebrar essa tal comunicação de modo a não agredir ou mesmo machucar
os que escutam.
Quando se pega um barco navegando
e já em meio às condições de tempo, encontramos dificuldades, é preciso prudência nesse
remar. Se faz presente nessa tripulação, o entendimento do silencio, só se tem
dois caminhos a percorrer: ser valente o suficiente pra encarrar as tempestades
acreditando que virá o melhor, ou simplesmente ancorar ali e só reclamar.
Sabiamente a primeira opção
nos impulsiona a seguir em frente e a segunda nos mantém estáticos, presos sem a
perspectiva de mudança, seja pra melhor ou não.
Eu tenho uma vontade enorme de
aprender! Não vou deixar meu barco atracar nas minhas dificuldades. Não nasci
para temer o mar. Porque sou filha do vento, não me rendo ao mau tempo. Minha força vem lá do alto, foi assim que aprendi a lutar.
O entender das coisas que vão
chegar, assim como as ondas desse mar chamado vida, onde a água leva e traz, que
também se vão, o meu viver deverá oscilar, para que eu possa aprender com
esse movimento inconstante.
As palavras expressas apenas
pelo sentir, nem precisam falar, pois revelam respostas difíceis de encontrar
aos sons de vozes interpretadas pela emoção. Esse é o dom de calar. O
discernimento em interpretar aquilo que de verdade tenho que aprender, para me
trabalhar como um ser em construção do melhor que eu posso ser.
Izângela Feitosa
Comentários
Postar um comentário
Comente aqui. Sua opinião é muito importante.