Dias Melhores Virão

    Outro dia ouvi de um amigo que a gente se torna aquilo que quando criança movia nosso coração.
    Deve ser por isso que em minhas lembranças estão a escrita.
     Lembro bem de como me perdia por horas debruçada em papel e lápis, escrevendo e me contando coisas, sobre mim, sobre tudo que meu coração sentia. Desde de muito pequena.
     Acho que já disse, que escrever pra mim, é conversar com alguém que me conhece mais do que suponho. Essa pessoa que mora aqui dentro, tem me mostrada muito sobre mim. Coisas que eu jamais poderia encontrar se não tivesse permitido que esse encontro tão profundo de ser.
Pois bem, outro dia revirando coisas velhas, me deparei com um achado. Meu primeiro livro.
    Pois é... um livro mesmo.
    Eu o  escrevi quando tinha 16 anos, mas que havia esquecido por todo esse tempo. Na verdade eu realmente acreditei tê-lo perdido, e algumas vezes lamentei por isso.
    Esse reencontro, trouxe-me algumas surpresas. Ao lê-lo comecei a identificar traços meus que ao longo dos anos só foram apurados.
    Nessa história intitulada simplesmente de “Dias Melhores Virão “, eu conto uma trajetória de luta por direitos sociais, por um lugar melhor no mundo, trazendo para o contexto as adversidades de uma família que sofre com a pobreza e que enfrenta a seca e suas dificuldades. Embora hoje eu tenho toda consciência do mundo que há superei muitos obstáculos, alguma coisa ao relê-lo me fez pensar em qual seria o propósito desse encontro com alguém que eu fui  antes de saber quem eu sou.
    Há nessa história semelhança com a linguagem consagrada de Raquel de Queiroz, muito embora eu nunca, nunca tenha a lido, até hoje.
    Também trás uma visão de amor ao próximo, de partilha, de luta feminina, um tanto quanto romantizada, e totalmente compreensiva, pois a época eu ainda sonhava com um príncipe encantado, que hoje eu sei ser eu mesma.
    Bom analisando agora criticamente depois de tantos anos, eu senti orgulho e me pareceu um recado do passado como ponte para o futuro.
    Esse obra singela, nunca exposta, merece ser refeita e ganhar espaço.
    Pois ela é a prova viva do que o que há em mim quer espaço, pra crescer, habitar em todos os lugares e tocar quantos corações forem possíveis.
    Não posso fugir de quem eu sou. Não posso fugir no meu propósito e agradeço a Deus por esse encontro tão feliz.
    Eu sei que assim como o seu título, Deus está apenas me provando que Dias Melhores Virão.

Izângela Feitosa


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