Auto-análise



Sabe quando você para um pouco e começa a avaliar o tempo? As coisas que viveu, os sonhos que realizou, os risos que sorriu, as bocas que beijou... Percebe que num instante tudo passou tão rápido, mas ainda consegue sentir no rosto aquele montão de vontade de ainda viver muito. Não importa se já se passaram 20, 30, 50, ou 60 anos.

A verdade é que não temos muito a noção do tempo quando vivemos intensamente, sem contar os anos, e acho que ficar amarrados a números muitas vezes nos faz perder muito da vida, porque ela é curta demais!

Nesses momentos em que me dou o direito de me debruçar nas minhas memórias, por vezes resgato fatos que me fazem repensar no quanto mudamos ao longo do tempo, em função do que sofremos, aprendemos, ensinamos. Em nós e nos outros.

No quanto podemos ser luz ou aceitar ser sombra. No quanto é preciso lidar com as próprias questões. Há um passeio de mistérios escondidos nos olhares não vistos que deixamos lá atrás, perdidos nos planos que não fomos capazes de enfrentar.

Eu lembro bem. Parece que a memória da saudade do que não vivemos é tão vívida, que machuca demais.

Fazer planos com a proposta de servir a si, sem ferir ninguém, sem se ferir. Fazer planos agora demanda o desprendimento de muito do que um dia já me foi fundamental.

O tempo e cíclico. Começo e fim, num interminável de brechas a serem completas de tudo aquilo que queremos ser.

Essa viagem é tão maravilhosa, que em uma só vida podemos ser vários. Eu me orgulho de não ser mais a mesma, me orgulho do que sou hoje, mas provavelmente amanhã vou me orgulhar muito mais.

Sou uma eterna construção divina, procurando espaço pra deixar pra trás o que não mais me enobrece.

O valor que conquistei aqui dentro é maior do que qualquer suposição de quem nunca irá me conhecer. Nem eu mesma me conheço?

O que pensam sobre mim, é só um detalhe. O que quero realmente encontrar é aquilo que só em mim eu vou achar.

Relações voltadas nessa construção de amor próprio demoram, mas capricham! Viver a partir das experiências que cultivo com Deus é o que me interessa, pois só ele me conhece, pois foi ele quem assim me criou.



Izângela Feitosa


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