Não é o que parece.



Não é o que parece.

Estou sofrendo!
Não tenho vergonha de assumir minhas dores, minhas fraquezas, meus anseios e dúvidas. Na verdade acredito que estamos sempre sofrendo, viver passa por isso. Não conheço ninguém imune.
O meu sofrimento talvez seja medido por você de uma forma amena, transitória, passageira, mas só o autor da dor sabe o quanto dói.
Há tanto nessa relatividade de sentir. Que é inadmissível o julgamento externo, porque eu sei que dói em mim.
Existe um abismo imenso nessa falta de empatia que acredita ver na superficialidade as verdades que condizem com o que quer aparecer. Porque não é o que parece.
As paredes de uma casa escondem lágrimas absurdas. Preces e súplicas. Nossas mentes trabalham contra a superação, por que o corpo já não entende as razões da Alma.
As igrejas estão cheias de pedidos feitos pelo impossível, crendo no que lhes resta, a fé!
Existem sorrisos cheios de angústia, ansiosos por abraços e carentes de afetos, solitários de respostas, esperando um tempo que não passa...porque não é o que parece!
O julgamento é imediato, supondo a minha dor pior do que a sua, a minha tristeza maior do que a sua, a minha condição mais infeliz, os meus problemas insuportáveis, mas nada é como parece.
Precisamos sair dessa lógica e gritar para o mundo que não se pode culpá-los, aceitar os tempos e ser sensível ao sentir do outro. Todos temos nossas fragilidades, estamos sempre nessa gangorra da vida, hora por cima, hora por baixo. Sofrer faz parte. Não importa se é a minha ou a sua dor, uma hora ela vai passar, mas até lá, deixe eu sofrer em paz.
Ela vai doer até não doer mais!

Izângela Feitosa



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