Depressão


DEPRESSÃO

 

Minha alma anseia por algo que não sabe bem o que é.

Um aperto no peito, cortando a fala, uma angústia que só acaba em choro. Uma vontade de gritar alto pra todo mundo ouvir. Num silêncio contrapondo os soluços que eu ouço aqui.

Meus olhos esperam uma luz, mas preferem se esconder na escuridão.

Minhas mãos trêmulas procuram afago, nas linhas secas que minha pele revela ao descuidado do que hoje sou.

Não vejo alegria em nada.

Minha mente vagueia por lugares estranhos, transporta pra certos sentimentos doloridos capazes de sufocar-me até o último suspiro.

Dói... dói tanto... que mesmo não tendo nenhuma ferida visível sinto-me sangrar. E as vezes acho que quero!

Talvez o extravasar do meu sangue leve pra longe esse dor horrível que costuma me acompanhar noites e dias intermináveis.

Longos dias... noites e noites e noites... tudo é escuro!

Evito espelhos, sons, cores, sabores, conversar, olhares. Evito tudo e todos.

Chorar me parece tão natural, que nem me dou conta, já estou entregue as lágrimas.

É um misto de medo e vontade. Uma coragem de correr e nunca mais para, até ficar exausta.

Uma fissura qualquer, que assumiu o meu nome e que agora não me quer.

É um tanto de prisão e liberdade.

Talvez uma dose de veneno?!

Outras tantas de álcool... remédios... muitos remédios.

Que não atingem a minha dor. Ela é profunda e marcante, tomou conta de mim.

Não me vejo mais nesse corpo. O que eu era já se apagou enfim.

Nada de banho, nem cheiro...

Nada de abraço... amor??

Será que alguém percebeu?

Será que alguém se importa? Será que eu vou fazer falta? Será que é melhor assim?

Será que eu devo ficar, ou já posso partir?

Tantas perguntas e uma só resposta...

Tempo...

Tempo agora passe... passe até o fim.

Até o fim...

Fim!

 

Izangela Feitosa



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