Somos nossos próprios príncipes



Somos nossos próprios príncipes!

O romantismo é a forma mais bonitinha de aceitar o machismo.
Quando um homem se intitula cavalheiro ele simplesmente usa do poder que tem pra fazer justificar as ações do machismo. Reflitamos a respeito.
Nenhuma princesa precisa ser salva da torre alta por um príncipe. Ela precisa ser empoderada a procurar meios de por si só salvar-se.
Nenhuma princesa deve esperar dormindo um beijo roubando. Ou outras práticas mais,que configuram abuso.
Nenhuma princesa precisa esperar ansiosa por uma fada madrinha que ressalte sua beleza, para que ela perceba o quanto é bela.
Nenhuma princesa precisa fugir de casa, virar empregada de anões ou seduzir um caçador pra lutar por sua vida.
Tão pouco ser facilmente enganada ingenuamente por uma maçã envenenada de outra mulher invejosa.
Por isso prefiro as princesas diferentes.
Belas, Moanas, Merydas,Tianas, Elzas entre outras;
Princesas que sabiam da sua essência , não esperavam acontecer.
Embora as histórias façam um desenho de mulheres que no fim encontraram êxitos, associado a isso a figura de um casamento,eu duvido do... “ e foram felizes para sempre “. Até por que o pra sempre, sempre acaba!
Coloco minha admiração na princesa Bela que sempre procurou um meio de manter-se inteligente. Passou a vida enamorada do saber e história reais. Sua beleza era apenas um algo a mais a ser celebrado. Viajar nos livros era de verdade sua paixão. Mas teve que enfrentar a fera em defesa da vida de seu pai, e ainda assim foi capaz de enxergar beleza onde tudo era feio. Foi ela quem o salvou e não o contrário.
Moana que queria ganhar o mundo, não pensou duas vezes em se colocar a frente. Seu amor foi tão grande que fez o impossível.
Tiana a princesa negra, que não fazia questão de ser da realeza, porque já sabia ser especial.
Elza que entendia o amor da forma mais real. Nenhum homem pode preencher o vazio da nossa própria existência. É perceptível que passamos a ter princesas diferentes, que enfrentam os pais em busca de seus próprios objetivos.
Precisamos ser quem somos e nos amar por isso. Ter orgulho de ser uma princesa que atende aos pré requisitos de ser mulher alinhados à dureza que nos é exigido.
Somos nossos próprios príncipes!
Já passou o tempo em que o fim das histórias nos faziam sonhar, quando nos deparamos com a realidade que assola nossas próprias histórias , o pra sempre vem de um jeito muito mais sombrio e doloroso. Acredito que os homens levaram mesmo a sério o discurso do pra sempre, isso justifica o fato de sempre ouvirmos... Se não for minha , não vai ser de mais ninguém.
Esse é o pra sempre que “as princesas reais “ conhecem. Quando os homens resolvem por suas escolhas que nos darão um fim. Um fim nada belo.
E não importa se a princesa mora mesmo num castelo ou num barraco, se é coberta de ouro ou cheia de dívidas. Se convivem há anos ou só uma noite. O pra sempre é como eles determinam.
As princesas estão cansadas! Não aguentamos mais toda imposição, sufocadas por vozes caladas, nós queremos gritar e unidas deixar a nossa voz ser a canção da paz.
Nós princesas modernas queremos apenas viver!!

Izângela Feitosa

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