AMÃENHECER
AMÃENHECER
Estranho, eu realmente tenho certa facilidade em escrever sobre qualquer
tipo de assunto, em poucos minutos eu consigo expressar aquilo que está tão à
vontade dentro de mim. Mas hoje, agora... Já ensaiei várias vezes escrever algo
sobre uma palavra tão pequena, e de um poder absurdamente infinito. Mãe!
Sei que cada um tem seu jeito de falar ou de homenagear essa pessoa que
por pior que ela possa ser, ainda será aquela que te deu a vida. “E não só por
isso, há uma relação tão complexa nesse processo de” amãenhecer”. É
porque ninguém nasce sabendo exercer tal papel, e nem tão pouco se termina a
vida sabendo. Mas a gente tenta! Quando inevitavelmente se decide por essa
tarefa.
Sim decide! Porque eu trago essa explanação não para aqueles contextos
comuns de mães que apenas pariram seus filhos, mas para a prática quase
desumana de ser essa pessoa capaz de conseguir conhecer tão fielmente o amor
incondicional. Isso é decisão! Envolver sentidos e sentimentos, na
responsabilidade de educar, acompanhar e nunca esquecer que aquela decisão não
é um contrato com data de vencimento predeterminado. Esse processo nunca acaba.
A gente pode até deixar de existir, mas esse amor... Não.
Quantas e quantas histórias já ouvimos de amor de mãe capaz de romper
com a razão e conquistar de forma dita como impossível algo para fazer feliz um
filho. As mães são aquelas capazes de deixar de comer, de vestir de abdicar de
qualquer coisa para ceder a vez aos filhos. Se só existir uma única opção entre
ser feliz ou vê um filho feliz, já não há opção. Elas são as formas mais
perfeitas de beleza, porque mesmo sem nada a oferecer ainda oferecem o melhor
de dentro delas, e isso é “amãenhecer”. É se fazer/nascer mãe. É ser
tocado pelo sentimento mais profundo e intenso que Deus desenvolveu e deu a
aquelas que aceitaram essa missão.
Nesse encaixe de sentimentos absurdos que fazem nos sentir mães, eu
destaco aqueles e aquelas que mesmo não podendo gerar seus filhos, descobriram
em seus corpos outra forma de concebê-los. Porque amor, não precisa ter lógica
e nem tão pouco razão, ele só precisa de espaço e de um com lugar para nascer.
Abrigar em nossas vidas aqueles que por nenhuma razão não pode ser acolhido por
outra forma de amor materno.
Existem pais... Mães. Avós, tios, padrinhos, madrastas, professores,
amigos, irmãos, babás, empregados... Uma infinidade de formas desenhadas nos
modelos de mães. Porque ser mãe é SER. Repare... Seja! Não encontre logica nas
coisas que o coração abraça, apenas deixe ser, sinta!
PERMITA-SE entender que num coração aberto aos bons sentimentos tudo
pode ser gerado e não importa de que forma esse amor entre, mas certamente o
resultado do que dele vem será pra sempre lembrado como algo que de amor nasceu
e “amãenheceu”, como um amor sem medida, que encontrou espaço num lugar
guardado ansioso por ser vivido inteiramente recebido como graça que nunca
passa.
Izângela Feitosa
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