A FE TO


A.FÉ.TO

 

 

 

Tenho escutado ultimamente um discurso repetitivo que diz que as pessoas não entendem que não é necessário se envolver para haver uma troca afetiva. E aí, eu me pergunto...Que tipo de envolvimento?

Ficar com alguém é apenas usar um pouco delas, e não se importar?  É fingir por alguns minutos ser parte da vida de alguém, e deixar pra lá? É trocar caricias sentir prazer e depois... Até qualquer dia.

Tudo bem se essa é a proposta escolhida, mas eu acho estranho quando as pessoas se propõem a dizer que querem um relacionamento e não encontram. Porque eu acho que encontram sim, mas não querem vivê-los em sua intensidade, deixando apenas os momentos rasos serem pedaços fragmentados de uma vida vazia, onde a liberdade se confunde com a solidão e abraça com tanta força a individualidade que matamos aos poucos as pessoas dentro da gente, que talvez nos fizesse um bem inimaginável. Como se por medo de perder, nem tentássemos arriscar, porque tudo vai ter fim mesmo, pra que dispensar meu tempo precioso com alguém? “Não tenho tempo pra isso. Não é esse o meu objetivo principal. Alguém agora na minha vida só vai me tirar do foco daquilo que quero”.

E nesse contexto egoísta, onde cada um se preserva de vida, vamos mecanicamente fingindo sermos sujeitos sociais que sabem como o afeto de verdade, afeta as nossas vidas.

O afeto tem um poder tão grande, transforma! Todas as pessoas que por alguma razão são tocadas são afetadas de alguma forma positivamente, (ou não), mudando sua conduta e seu jeito de ver e entender a vida. De um modo geral essa é a mágica. Todas as pessoas precisam de afeto. Mas alguns se esquecem de trabalhar isso em si. Em sua maioria, as pessoas que menos dispensam afeto são os que mais precisam dele. Isso é notório quando alguém simplesmente nos elogia. Agradece, celebra algo bacana que fizemos. Algo dentro de nós recebe essa conexão e transforma numa agradável forma de enxergar as coisas, mesmo que essas não lhes pareçam tão bonitas.

Eu gosto de saber que sou afetuosa. Que me proponho a dividir afetivamente aquilo que tenho de bom, mesmo que os outros não percebam. É como se fosse algo tão marcante em mim que eu não sei fingir ser diferente. Eu me importo! Eu me envolvo com a possibilidade de ser apenas uma pessoa que pode dirigir a alguém um sorriso, um obrigado, um, por favor! De uma maneira geral isso sou eu na essência do meu ser... Inteiramente.   

Então, não consigo entender onde se perdem essas questões tão próprias do humano, para vivenciarem questões tão pequenas, onde a juventude se mata por falta de afeto. Onde o ódio tem mais espaço do que o amor. Onde as pessoas não são mais capazes de perceber nos outros o que lhes falta. Sentir... Só sentir! Isso tudo é afeto. Fomos criados para sermos felizes aos pares, e não sozinhos. Somos sujeitos sociais e afetivos. Dentro desse contexto louco de tantas possibilidades e opções, que viajam dentro das almas das pessoas, onde os corpos não são o mais importante, os afetos encontram seus terrenos ideais de crescimento, e podem sim, se tornar grandes e lindos!!

Acho que precisamos rever alguns conceitos ditos como modernos e voltarmos a optar por sermos socialmente afetados por sentimentos antigos, que baseados em respeitos fizeram tão bem o papel de mediadores da felicidade.  Eu de verdade acredito que é possível!

 

Izângela Feitosa


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