Saudade de mim.




SAUDADE DE MIM

 

 

 

Outro dia li essa frase e me fez refletir a respeito.

“Só quem cultiva amor-próprio é capaz de florescer no outro” - Jonas Gabriel.

Eu não vou mentir, ainda vivo nessa busca completa. Acho que vocês já notaram que eu não costumo aqui vender nenhuma proposta mágica de resolver nada que porventura não seja o real, aquilo que eu vivo. Eu gosto de falar com propriedade daquilo que sinto. E autoestima é um assunto que está diretamente ligado ao crescimento pessoal e ao fato de eu querer muito ser de verdade a mulher que eu sei que sou.

Isso, eu sei que sou. Mas algumas vezes parece que eu esqueço. Deixo-me levar por fatores externos, opiniões, ou mesmo coisas que inconscientemente os meus pensamentos produzem. Sabendo-me, que há coisas que a mente produz com um único intuito de nos colocar pra baixo, desconstruir aquilo que diretamente estamos lutando para ser melhor em nós.

Quando eu não tinha nem um pouco dessa autoconfiança eu procurei em lugares, pessoas e até em substâncias, algo que me completasse, ou que de alguma maneira pudesse me elevar a um padrão imaginário, que não faz parte da minha essência. Eram criações fictícias de possibilidades tão frágeis, que se desfazia quando tudo aquilo acabava. E ficava apenas um vazio absoluto, onde o meu silencio era o som mais incômodo que eu conhecia.

Eu não percebia, mas repetia incansavelmente algumas atitudes que ao invés de me fazer ser amada, me afastavam daqueles que eu queria por perto. Atribuía aos outros as culpas daquilo que eu mesma produzia. Sem perceber fui ficando cada vez mais estranha retraída e mais sozinha. Envolvida numa solidão que doía, mas que ao mesmo tempo me apoiava. (Eu chorei, muito). Tomada por uma dor tão grande e inexplicável que me sufocava, mas que também me permitiu adentrar no mais profundo da minha alma. Visitei lugares que eu nem sabia que existia, e então nessa viagem senti saudade de mim. Em um momento, percebi que havia chegado ao fundo, e que dali eu só teria um lugar para ir, para o meu melhor. E eu segui... Estou seguindo...

Seguindo em busca do que deixei para trás, sem me dar conta. Abandonei as roupas velhas, os antigos hábitos e me permiti ser uma nova pessoa, gostando mais de mim, sem precisar da aprovação dos outros. Somente entendendo quem eu sou, e como isso é libertador! Entendi que minha essência é o mais importante e se alguém não tem a sensibilidade de perceber isso, paciência... O problema não é meu. Aceitei com todos os meus defeitos aquilo que realmente sou, e aprendi a ver meu corpo e minha alma num conjunto perfeito de imperfeiçoes. Deixei de vez as possibilidades de ser algo que não condiz comigo.

O fato é que ter tomado essa consciência trouxe também algumas outras mudanças, não só físicas, mas muito mais internas. Como não aceitar mais ser qualquer coisa na vida de alguém. Porque eu sei que eu sou o melhor, e é nesse melhor que eu quero andar. Sei que sou uma mulher como muitas outras que pode ser e fazer o que ela bem quiser. A minha vontade é a válvula propulsora que pode e vai me levar pra onde eu quiser. Assumi essa força e aprendi a não reclamar. Usar da graça para bem dizer toda e qualquer adversidade. Peguei meu lixo e finalmente exterminei.

Não vou mais bater de frente com o que me faz mal. Simplesmente deixei o mal ser o que ele é. Nada!! E assim assumida desse poder e dona de mim, sobretudo entregue nas mãos de Deus, eu sei que chegarei aonde desejo e que farei da vinha história aquela que terei orgulho de contar. O meu legado é esse, ser frágil na fortaleza e me fortalecer com as fragilidades. E assim não temendo o que virá grata pelo que já construí, eu não sinto mais falta de mim.

IZÂNGELA FEITOSA

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