AO TEU LADO
AO TEU LADO
Posso estar enganada, mas tenho percepções que condizem com a loucura,
muito embora eu tenha uma tendência de exagerar ou de perceber mais
profundamente alguns sentimentos. Às vezes eu sinto mais do que gostaria de sentir.
Claro que eu gostaria de ser para alguém um pensamento bom, daqueles que
te faz rir. Uma lembrança gostosa, uma saudade marcante, daquelas que você
sente vontade de estar perto, de lembrar constantemente. Mas tenho descoberto
entre outras coisas, algumas barreiras no sentir. Não sei se é medo, ou
segurança; mas percebo que se doar a alguém em tempos de hoje constrange.
Vivemos uma era de corações gelados, vidrados em sentimentos rasos e cheios de dúvidas...
Vazios. Quando alguém nos importa, fazemos de tudo para NÃO SER
PERCEBIDO, não permitindo a troca, se escondendo em limites, evitando o bom de
descobrir que cada um à sua maneira pode e sabe sentir. E eu não
falo de paixões, desses sentimentos desenfreados que te tiram da razão e te
fazem viajar por delírios incertos do que é de verdade o amor. A esses
sentimentos eu prefiro evitar. Qualquer tipo de sentir que te aprisione, não é
saudável, não te faz bem. Mas aí você encontra pessoas com as quais você
vivencia outro tipo de relação, baseado na confiança e na liberdade. Desses que
você se propõe a ir vivendo, aprendendo, deixando o agora falar; mas ainda
assim se identificando e sentindo o gostar.
Esse tipo de relação é difícil porque te coloca num controle de algo
supostamente incontrolável. Mas a mente da gente pode ser condicionada a fazer
certas coisas que nos propomos a fazer, entre elas eu acredito escolher.
Avaliar minuciosamente uma situação, ou alguém, para depois decidir se com ela
nos fará encontrar o que desejamos realmente.
Tenho feito um exercício diário de trabalhar minha mente a não se
envolver, com qualquer coisa que prejudique de alguma forma aquilo que pra mim
agora é prioridade. Deixando de lado alguns pensamentos que me aprisionam aos
fantasmas das minhas angústias. Nada fácil! Principalmente quando essa decisão
nasce do autoconhecimento e das vivencias frustradas, e que inevitavelmente de
levarão a um caminho solitário dessa busca. Ainda assim, me proponho a tentar.
É uma espécie de religião que te liga com a mente fortemente, não permitindo
que a tristeza, as dúvidas, as adversidades te coloquem num ponto de
fragilidade excessiva e autodestrutiva. Coragem... Luta! Sem ser indiferente ao
toque, ao olhar, a sentir, a sonhar, a viver, a gostar. Mas buscando de maneira
consciente não projetar em outros, os desejos que eu tenho. É algo de mim
comigo mesma, que certamente me fará aproveitar maduramente todas as
possibilidades de vida, sem me prender ou me perder de quem eu sou, ou do que
desejo ser.
Quanto às pessoas que preferem a frieza constante e se fecham ao
sentir... Eu sei que elas sentem. E vão continuar a sentir, mesmo que projetem
com dureza, e fiquem a fugir, uma hora ou outra será fisgado pelo encontro
valoroso dos sentimentos de verdade, que te permitem viver em conjunto, aquilo
que sozinho já havia sido sonhado. Esse gosto maravilhoso de encontro de almas,
onde parece que tudo é perfeito quando encontrado, nos dá outro animo quando
partilhado com alguém que entende, sente e decidiu estar ao teu lado.
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