Aprendendo Amar
APRENDENDO A AMAR
Todo dia, ouço e leio histórias que ensinam ou dão receitas de como se
amar. Quais as formas necessárias desse aprendizado que implicam
consideravelmente num bom relacionamento amoroso que por sua vez poderá ser o
caminho da felicidade?
São ensinamentos teóricos e alguns práticos de como agir, falar,
pensar... Que por sua vez, devem ter sido praticados por alguém que no momento
se julga capaz de traduzir em dados estatísticos algo que a vida ainda não tem
como fórmula perfeita.
Se somos indivíduos, e, portanto, “individuais”, por que haveria uma
receita singular de resolver a maior questão que a humanidade possui? Porque se
há uma fórmula perfeita, o mundo não haveria de desenvolver tantos desamores?
Se de fato alguém possui esse conhecimento, onde está que não já fez a maior
revolução de todas? Baseada na propaganda indiscriminada de fabricar novos
amores; pessoas e mais pessoas procuram se inteirar de conhecimentos abstratos
e esquecem que é na prática da humana aventura do viver que a mágica acontece.
Os amores vêm e vão. Tudo nessa vida tem um tempo determinado de começo,
meio e fim. Acontece que nossa humanidade falha acredita no “para sempre”. E
idealizar isso em longo prazo como se a frágil segurança de brincar de Deus nos
fosse permitido. Alguns amores nascem enquanto outros morrem. Trazendo assim
uma constante construção de novos e antigos, que por sua vez podem ser
lembrados ou terminantemente esquecidos por sua dor tamanha. Porque para se
falar do que já foi, um dia ele também foi perfeito, único e feliz. Os amores
são assim. Demoram pra chegar, dão um trabalho danado pra ficar, mas quando
querem ir embora, encontram sutilmente espaços para sem deixar rastro partir.
Ouso dizer que ninguém está preparado para as perdas, mesmo as mais
certas. Se desfazer de algo é sempre doloroso, leva consigo nessa caminhada,
uma carga de tantos esforços e empenhos. Aí você se dá conta um dia,
de que já não ama mais como acreditava. De que tudo que te fazia perder o sono,
angustiava teu peito é totalmente substituível. E encontra dentro de si um
espaço desocupado doido para ser preenchido com algo muito mais interessante.
Um novo amor!
Nessa
hora sempre me bate uma dúvida, um medo, sei lá... talvez uma vontade
incontrolável de viver todos os sonhos que habitam em mim, confrontados por uma
insegurança absurda de não merecer ser amada. Fragilidade assustadora de tentar
outra vez. De imaginar todo o processo que por ter passado pelas suas fases
(começo, meio e fim) precisa ser reiniciado.
O estranho é que no jogo da vida real, esse reinício, é diferente;
porque cada jogo possui etapas diferentes, que não podem ser repetidas. Mesmo
que os jogadores sejam os mesmos. Cada instante vivido jamais será repetido. É
assim... A primeira vez é sim a última chance. E não há receita para essa
jornada. Se você conseguiu enfim jogar esse jogo do amor, se permita a ir até o
fim. Alcançando ou não o objetivo de vencer (o que não é garantido), ainda
assim chegará ao final com uma belíssima história para contar, de que nessa vida
bom mesmo é aprender a amar.
Izângela Feitosa
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